Lendo uma matéria publicada na Folha de São Paulo, me veio à cabeça alguns questionamentos quanto ao posicionamento de cristãos em relação ao halloween. Estariam essas religiões tentadas a estabelecer um novo caça às bruxas, uma nova santa inquisição ou se contenta apenas com a matança que está ocorrendo na tal terra santa, onde inocentes, entre esses, idosos, enfermos e crianças são mortas por ataques covardes vindos dos céus, com a desculpa de se defender de um ataque terrorista? O terror para combater o terror, esse é o lema.

As religiões, como já dizia Karl Marx, é o ópio do povo. “É este o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e essa sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido”.

Há um péssimo hábito entre os religiosos em atribuir as consequências das escolhas das pessoas a um certo Deus, que dizem ser onisciente, onipotente e onipresente, mas, que mesmo assim, ninguém nunca viu, a não ser nos devaneios visionários e muitas vezes fantasmagóricos presentes nos rituais, nos templos e nas liturgias.

Me parece que a comunidade cristã que exalta o céu, amaldiçoa o inferno e condena uma manifestação popular denominado halloween não consegue relacionar esses dois elementos de natureza abstrata e figurativa, céu e inferno, do pesadelo real que ocorre na terra, transformando-a num inferno real, decorrente dos ataques incandescentes, belicosos e mortais vindo dos céus.

Viva o Dia das Bruxas!

Por: Orlando Rodrigues

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